Guerra do Chaco

A questão do Chaco tem sua origem no fechamento do Rio Paraguai à Bolívia no século XIX. Tal fato foi acordado entre a Argentina e o Paraguai pelo Tratado da Navegação, Comércio e Limites (15 de junho de 1858). O território foi área de litígio durante todo o século XIX e início do século XX, e em 1928 eclodiu o primeiro conflito armado entre a Bolívia e o Paraguai, o Estado brasileiro se manteve neutro.

            Em 3 de janeiro de 1929, se reuniu em Washington uma comissão de nove membros sugerida pela Conferência de Conciliação e Arbitragem, da qual o Brasil não participou. Neste evento, acordou-se uma Comissão de Investigação e Conciliação para avaliar a questão; assim como o Brasil, a Argentina se absteve.

            O Estado brasileiro havia firmado com a Bolívia um tratado de comércio e navegação que dava o livre trânsito a este país pelo território nacional. Sendo assim, em 1928, quando o país andino encomendou armamentos e os fez passar pelo Brasil, o país não poderia questionar. Para manter sua posição de neutralidade abriu a mesma concessão para o Paraguai.

            Getúlio Vargas, em 23 de março de 1933, decretou a completa neutralidade em conflitos de países vizinhos. Nesse mesmo ano, na ocasião da sua viagem ao Prata, o presidente decidiu promover o entendimento entre as partes. Para tal, deixou o ministro das Relações Exteriores, José Carlos de Macedo Soares, em Buenos Aires para mediar as atividades. A ele se juntaram Saavedra Lamas, Tomaz Manuel Elío e Luiz A. Riart, ministros das Relações Exteriores da Argentina, Bolívia e Paraguai, respectivamente.

            Depois de árduo trabalho, em 12 de junho de 1935, foi assinado pelos chanceleres dos países beligerantes o “Protocolo sobre Convocação da Conferência da Paz, relativa ao Conflito do Chaco” no qual estava acordado o fim do conflito armado. Nessa mesma data, assinaram também o “Protocolo Adicional da Comissão Militar Neutra para Frente de Operações do Chaco”.

            Em 21 de julho de 1938, após uma longa negociação foi posto fim no problema de litígio do Chaco com o “Tratado Definitivo de Paz, Amizade e Limites” assinado em Buenos Aires.